Dra. Yannara Valentim

Algumas pessoas pensam que tristeza é depressão, ou que depressão é apenas tristeza. A tristeza é, na verdade, uma reação natural e esperada, diante de situações difíceis na vida, como a morte de uma pessoa querida, um divórcio ou a perda de um emprego, por exemplo. A depressão é uma doença muito grave que envolve diversos outros sentimentos, incluindo a tristeza, porém vai muito, além disso.

Nesse artigo vou tratar um pouco mais sobre depressão, e vamos perceber que essa doença é muito mais complexa que simples tristeza.

Psiquiatria

Dra. Yannara Valentim

A Dra. Yannara Valentim é médica, Analista Corporal, tem formação em Psiquiatria e Saúde Mental,

com ampla experiência e atuação nos Transtornos de Ansiedade, Depressão e Insônia.

Realiza atendimento On-line e Presencial, oferecendo atendimento humanizado e acolhedor.

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Homem triste; Depressão

Sumário

  1. O que é depressão
  2. Causas da depressão
  3. Sintomas da depressão
  4. Tratamento da depressão

1- O que é depressão

A depressão é uma doença crônica que afeta mais de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Após a ansiedade, a depressão é o transtorno de saúde mental mais frequente no mundo. Ela afeta o emocional, causando muito prejuízo na vida das pessoas, alterando a maneira como elas se veem e como veem o mundo ao seu redor. Provoca variações no humor, falta de vontade e uma grande tristeza. Se não for tratada desde o início, tende a piorar bastante.

É importante deixar claro que não é “frescura”, nem preguiça, nem tampouco falta de fé”. Diferente da tristeza comum, que faz parte da experiência humana, a depressão envolve um estado persistente de desânimo, perda de interesse e alterações significativas no funcionamento diário. Pode surgir após eventos difíceis na vida, que tragam grande tristeza, mas é desproporcional em relação ao ocorrido e se estende por muito tempo.

Mulher na praia Depressão

2- Causas de depressão

É uma doença multifatorial, ou seja, pode ser causada por diversos fatores diferentes; é influencida por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Envolve ainda predisposição genética e processo neuroquímico. Entender a origem. ajuda a desmistificar a condição e a promover estratégias eficazes de prevenção e tratamento.

As principais causas são:

  • Fatores genéticos; Certos genes podem influenciar a regulação de neurotransmissores e a resposta ao estresse. No entanto, a genética não é um destino absoluto—pessoas com predisposição genética não necessariamente desenvolverão depressão, pois fatores ambientais também desempenham um papel crucial.Indivíduos com histórico familiar da doença, tem risco aumentado de desenvolve-la.
  • Alterações neuroquímicas; A comunicação entre os neurônios no cérebro depende de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. Na depressão, observa-se um desequilíbrio em neurotransmissores como: serotonina, dopamina e noradrenalina.
  • Situações de estresse prolongado, como dificuldades financeiras, instabilidade profissional ou relacionamentos tóxicos, podem sobrecarregar os mecanismos naturais de adaptação do cérebro. O sistema de resposta ao estresse, regulado pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), pode se tornar hiperativo, levando a um estado constante de tensão e exaustão mental.
  • Além disso, fatores como privação de sono, má alimentação e sedentarismo podem agravar o quadro, pois influenciam a produção de neurotransmissores e hormônios essenciais para o equilíbrio emocional.
  • Fatores psicológicos (personalidade e relacionamentos pessoais);
  • Ambientais (alimentação, álcool, drogas, inibidores de apetite);
  • Situações traumáticos ocorridas na infância – abuso físico/sexual, falta de carinho/negligencia dos pais. Além disso, padrões de pensamento negativos e baixa autoestima contribuem para o desenvolvimento e manutenção da depressão. Pessoas com uma visão pessimista da vida tendem a interpretar eventos cotidianos de forma negativa, o que pode alimentar um ciclo depressivo.

3- Sintomas de depressão

Essa doença pode ser dividida em leve, moderada e grave, com alguns sintomas mais marcantes.

Se apresentar alguns desses sinais, não hesite em procurar ajuda médica, para que possa tratar e ter uma vida melhor, com satisfação e bem-estar.

  • Tristeza profunda e contínua
  • Pensamento lento
  • Desânimo e pessimismo
  • Falta de energia
  • Alterações no apetite e no peso;
  • Perda do interesse na vida, nos hobbies
  • Medos que antes não existiam
  • Angústia, dúvidas constantes e indecisão
  • Pensamentos negativos recorrentes, como pensamento de morte ou suicídio, ou tentativas de suicídio
  • Irritabiliadade e impaciencia
  • Redução do desejo sexual
  • Insônia ou sonolência excessiva
  • Choro fácil
  • Excesso de pessimismo/ falta de esperança
  • Dor de cabeça e diminuição da produtividade
  • Tensão e dor muscular
  • Sentimento de culpa e/ou inutilidade
  • Dificuldade de concentração e memória
Homem depressão

4 – Tratamento da depressão

Essa doença deve ser tratada e acompanhada por um médico logo no início dos sintomas, pois, se não for tratada nos primeiros estágios da doença, pode piorar e atingir estágios mais graves.

Após uma análise criteriosa, o médico diagnosticará em qual estágio a doença se encontra para que seja iniciado o tratamento e o acompanhamento do paciente.

Nos estágios iniciais, a depressão pode ser tratada, na sua maioria, apenas com psicoterapia e alterações nos hábitos de vida. Já nos estágios moderados a graves, necessita-se do uso de medicamentos, além de psicoterapia e mudanças nos hábitos de vida.

  1. Psicoterapia: O Papel da Terapia no Tratamento da Depressão

A psicoterapia é um dos principais pilares do tratamento da depressão. Ela ajuda o paciente a entender e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para o transtorno. Entre as abordagens mais eficazes estão:

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A TCC é uma das formas mais estudadas e eficazes de terapia para a depressão. Seu foco é identificar pensamentos negativos automáticos e substituí-los por padrões mais realistas e saudáveis. Além disso, a terapia ensina estratégias práticas para lidar com o estresse, a ansiedade e a falta de motivação.

Psicoterapia Interpessoal

Essa abordagem trabalha as relações interpessoais do paciente, ajudando a resolver conflitos e melhorar a comunicação com outras pessoas. Muitas vezes, problemas nos relacionamentos podem ser um fator desencadeante ou agravante da depressão, tornando essa terapia uma opção valiosa.

Terapia Psicodinâmica

Focada na compreensão dos processos inconscientes, essa abordagem investiga experiências passadas e conflitos internos que podem estar contribuindo para a depressão. Embora seja um método mais longo, pode ser útil para pacientes que desejam um entendimento mais profundo de suas emoções.

  1. Tratamento Medicamentoso: Quando os Antidepressivos São Indicados?

Em casos de depressão moderada a grave, o uso de medicamentos pode ser essencial para a recuperação. Os antidepressivos atuam no equilíbrio dos neurotransmissores no cérebro, ajudando a aliviar os sintomas.

Os principais tipos de antidepressivos incluem:
• Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs): Aumentam os níveis de serotonina no cérebro e são os mais prescritos devido à sua eficácia e menores efeitos colaterais.
• Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSNs): Ajudam a regular tanto a serotonina quanto a noradrenalina, sendo indicados para casos mais resistentes.
• Antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamina oxidase (IMAO): São utilizados quando outros tratamentos falham, mas possuem mais efeitos colaterais e exigem maior monitoramento médico.

É importante ressaltar que os antidepressivos podem levar algumas semanas para começar a fazer efeito. Além disso, seu uso deve ser sempre acompanhado por um médico psiquiatra para evitar interações medicamentosas e efeitos adversos.

  1. Mudanças no Estilo de Vida: Hábitos Que Ajudam na Recuperação

Além da psicoterapia e dos medicamentos, mudanças no estilo de vida podem contribuir significativamente para o alívio da depressão. Algumas estratégias incluem:

Prática de Exercícios Físicos

A atividade física libera endorfinas, neurotransmissores que promovem bem-estar e reduzem os sintomas depressivos. Exercícios como caminhada, corrida, ioga e musculação podem ser altamente benéficos.

Alimentação Saudável

Uma dieta equilibrada, rica em ômega-3, vitaminas do complexo B e antioxidantes, pode melhorar a saúde do cérebro. Alimentos como peixes, nozes, frutas e vegetais são recomendados.

Sono Regulado

A depressão pode afetar o sono, tornando essencial estabelecer uma rotina noturna adequada. Criar um ambiente tranquilo e evitar telas antes de dormir pode ajudar a melhorar a qualidade do descanso.

Redução do Estresse

Práticas como meditação, mindfulness e respiração profunda ajudam a reduzir a resposta do organismo ao estresse e promovem o relaxamento mental.

Suporte Social

O isolamento social agrava a depressão. Manter contato com amigos, familiares e grupos de apoio pode proporcionar suporte emocional e fortalecer a sensação de pertencimento.

Se o tratamento for adequado e seguido pelo tempo necessário, a depressão pode ser curada em até 90% dos casos.

Mulher Depressão

Se você se identificou com os sintomas abordados, ou se conhece alguém que esteja enfrentando esses problemas, não perca tempo e marque uma consulta médica.

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Fonte:

bvsms.saude.gov.br/depressao-4/

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